quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mude, Faz um 21.

“Ele diz, ele escreve, que ele faz isto para fazer de conta que não está sozinho.”
(Jean-Luc Lagarce)
Aqui as coisas passam devagar, um lugar branco. Vazio. Seco. Cinza.
Aqui eu olho e vejo pequenas ilhas, pequenas pessoas com suas medíocres vidas, daqui eu posso ver o vazio, que vai. E vai. Vai.
Aqui as cores foram ofuscadas.
Aqui as pessoas fingem não estarem sozinhas.
Aqui elas preferem acreditar que tudo é colorido, que existe cor neste mundo daltônico e em tons cinza.
Aqui elas conversam. Comem. Dormem. Trabalham...
Aqui elas acham que se você se preencher de coisas pra fazer, você vai esquecer a solidão da existência. Vai esquecer que você sempre acaba sozinho.
Mas você não vai.
Em algum instante, quando você volta pra casa. Quando todos se foram. Quando não existem mais pessoas pra conversar. Nem comida pra comer. Nem sono pra dormir. Nem trabalho pra trabalhar. Nem porra-alguma-pra-fazer.
Você vai sentir aquele vazio-cinza.
E é aí, que ele, o Sr. Moonlight se Suicida.
Gabriel Machado