sábado, 28 de novembro de 2009

Desejo de contar um conto

Um dia no café comecei a pensar... Este dia no café comecei a pensar... Qualquer dia no café comecei a pensar... O dia que no café comecei a pensar algo que talvez muito antes deste dia já tinha começado. Dona Maria do café! Quando que a Rua Conselheiro Laurindo, 41 passa a ser Travessa de Santa Clara, 47. Desde que o Lyncoln chegou a Rua dos Fanqueiros passou a ser Rua dos Funcionários, e assim meu corpo por vezes navega de modo autônomo pelos dias, e eu (des)situo e retomo. Nos meus sonhos estão presentes pessoas e lugares passadas mas sobre questões surreais atuais. Hoje não quero escrever com nexo, hoje não quero ser compreendida. Hoje não basta-me nada. Essa escrita deseja ser conto no entanto se antes de começar a dançar tivesse escrito mais e mais e mais sem mesmo ser compreendida? Dona Maria do café vive para se matar. Hoje foi aí que parei. Quando foi que eu entrei em um atalho que dizia sem saída? Não é verdade! Minha mãe sempre disse-me - Filha pare de bater a cabeça! [metaforicamente como filha (taurina) teimosa]. Por que tanta dureza comigo mesma? Quando um lapso de espaço e desconsideração do que pode fazer-me mal afetei-me a mim própria e ainda assim segui duramente a dar passos. Situação bizarra de se falar, e sentir o que se revela em um ato de milésimos de segundo mas que perduram dias em uma reação física. Quando as situações repetem-se? Antes ou depois de as percebê-las? Eu sou danças erradas também e na maioria das vezes! Não é indiferente mas, onde fechou em mim a possibilidade do não querer dançar? Ou pelo menos o querer dançar danças erradas!? Um escritor tem seu modo particular de escrever, qual é o modo particular de viver Juliana? Reconheço-me? Ou reconheço a cópia de mim mesma! Ou a terceira de mim que não conheço mas vou passar cada segundo a buscar reconhecê-la. Quem abre caminho pra quem?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vazio Muito Cheio


Tem um buraco em mim que eu não consigo preencher.

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Eu sinto uma coisa explodindo em mim. Eu to me virando ao avesso.

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Assim, desse jeito, o vazio fica evidente, dá pra ver que não tem nada aqui dentro, é só um amontoado de carne gangrenada. Um amontoado de órgãos sendo dissolvidos em dias quentes em dias frios em dias fétidos em dias inúteis em pessoas inúteis em saudades inúteis em distâncias inúteis em sentimentos inúteis.

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Eu queria entender porque que isso dói.

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Eu queria entender porque que a gente persiste em tentar preencher algo que não se preenche.

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Não se preenche porque não tem nada pra preencher.

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Talvez esse vazio seja tudo que eu tenho.

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É um vazio muito cheio.




Gabriel Machado
Imagem: Dave Mckean
Titulo: Andressa Marcondes

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Distâncias...

“As estações de trem contêm distâncias na plataforma.

Linhas férreas paralelas, de opostos sentidos, levam e trazem pessoas.

Olhares que se distanciam, que olham a paisagem riscada de velocidade.

O som metálico das chegadas e partidas.

Distâncias cortadas à ferro e fogo.”

Maíra Lour

26/10/2009



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PROCURA-SE


Procura-se pessoas interessadas em trocar conhecimento sobre o tema...


Intervenções Urbanas – Linguagem Cênica na Cena


Neste estudo desenvolveremos pesquisa a partir de pré-definições sobre Intervenção, Intervenção Urbana; Linguagem Cênica e Cena.


Interessados favor enviar e-mail para negra.silva@yahoo.com.br
Aos cuidados de Negra (Aline) Silva

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mude, Faz um 21.

“Ele diz, ele escreve, que ele faz isto para fazer de conta que não está sozinho.”
(Jean-Luc Lagarce)
Aqui as coisas passam devagar, um lugar branco. Vazio. Seco. Cinza.
Aqui eu olho e vejo pequenas ilhas, pequenas pessoas com suas medíocres vidas, daqui eu posso ver o vazio, que vai. E vai. Vai.
Aqui as cores foram ofuscadas.
Aqui as pessoas fingem não estarem sozinhas.
Aqui elas preferem acreditar que tudo é colorido, que existe cor neste mundo daltônico e em tons cinza.
Aqui elas conversam. Comem. Dormem. Trabalham...
Aqui elas acham que se você se preencher de coisas pra fazer, você vai esquecer a solidão da existência. Vai esquecer que você sempre acaba sozinho.
Mas você não vai.
Em algum instante, quando você volta pra casa. Quando todos se foram. Quando não existem mais pessoas pra conversar. Nem comida pra comer. Nem sono pra dormir. Nem trabalho pra trabalhar. Nem porra-alguma-pra-fazer.
Você vai sentir aquele vazio-cinza.
E é aí, que ele, o Sr. Moonlight se Suicida.
Gabriel Machado

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

... um mimo ...


O meu olhar é como o girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás ...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem ...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras ...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.

(Alberto Caeiro)






terça-feira, 25 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Organismo Origami em simbiose

Origamiunião de várias pessoas para criar, em sua edição 2009 pretende ser realizado em espaços culturais diversos da cidade de Curitiba. Em suas edições anteriores aconteceu no formato de um curso de cinco meses tendo como sede o Vila Arte Espaço de Dança. Por possuir um caráter transdisciplinar, porque trabalhamos com o cruzamento de diversas linguagens artísticas a partir de uma estrutura de trabalho autônoma, o Origami assume a importância de potencializar sua condição de organismo conector entre os espaços e artistas da cidade, a fim de gerar um trânsito de compartilhamento de pensamentos, idéias e experiências.

O Organismo Origami em simbiose deseja realizar em cada encontre três ações: trabalho de corpo, laboratório de criação, estudo teórico-prático. Estas ações são pertinentes aos interesses investigativos deste projeto que hoje se relacionam basicamente com as palavras singularidade, potencial, imanência, dobra, recorte.


Juliana Alves, Juliana Adur e Lyncoln Diniz


Acontecerão:



28 de agosto (Sexta - Feira) - 9h às 11h

Espaço Cultural Arte da Hora

Rua Arquimedes Cruz, 14 - Fundos/Jardim Social

Valor: R$ 10,00




29 de agosto (Sábado) - 14h às 18h

Obragem Teatro e Cia

Endereço pelo telefone (041 9668 86 96)

Valor: R$ 20,00



30 de agosto (Domingo) - 15h às 19h

CAFOFO Espaço Couve- Flor Minicomunidade Artística Mundial

Rua Presidente Faria, 266 / Centro

Valor: R$ 20,00




12 de setembro (Sábado) - 13h às 16h

PIP Galeria 1 - PIP Pesquisa em Dança

Rua Treze de maio, n. 220 loja 2 / Centro

Valor: R$ 20,00


12 de setembro (Sábado) -  17h

Café com Dança - Vila Arte Espaço de Dança

Rua Saldanha Marinho, 76, Sl.3 / Centro

Valor: R$ 2,00




13 de setembro (Domingo) - 15h às 19h

Pé no Palco - Atividades Artísticas

Rua Conselheiro Dantas, 20 / Prado Velho

Valor: R$ 20,00





Agradecemos a confirmação pelos contatos:

041 9668 86 96 / origamiparacriar@gmail.com

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

" É tão bom dançar, dançar todos juntos, todos juntos dançando, saindo pelos poros ar, felicidade, disposição, companheirismo.
O contato é fundamental, relacionar com o outro, observar o outro, atender, animar o outro, os outros, todo mundo, prestar atenção, tudo e todos são importantes.
Tudo junto, grudado, uma só coisa feita por várias coisas, eu , você, nós, é tão bom!
Abraço, olhar, proposição, carinho, um grupo, todos juntos, todos nós, tudo.
Pausa, energia, calor, suor, suor, suor que expande e contagia!! "

Estava eu arrumando meu criado mudo....
... acabei achando esse texto que virou poema de uma de nossas aulas.... daquelas que você sente um baita prazer de estar ali com todos compartilhando nossas IMPs e ter aquela sensação gostosa que contagia e invade o dia depois de um encontro na sexta de manhã!!!
É com este espírito que quis colocar este poema para relembrar essa sensação enquanto a aula não chega e pra que todos venham com um gás enorme pra recomeçar!!

Bom restinho de fériass!!
e até.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Minhas cores, nossas cores...

Existe algo a ser expelido, é tipo uma massa de várias cores, tipo uma gosminha, quase um vômito, mas não! Não é!
É simplesmente uma vontade, uma ânsia de jogar essa mistura colorida para a vida, para as coisas, para o mundo! Para que ele veja essas cores tão bonitas, e que até então são desconhecidas, cores novas que saem de dentro de mim, e que cheiram, tem gosto, som e movimento.
Ela é a mistura de tudo que sou eu, que pegou a cor de tudo que é você, e agora tem uma cor especial, distinta, jamais vista!
E precisa ser compartilhada, ser vista, sentida, experimentada! Pois com o contato dessa mistura de cores minhas, suas, nossas, surgiram mais cores, mais bonitas, mais distintas, mais nossas.
Gabriel Machado.



Beijitos e boas ferias...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Hei Mãe! Olha nós no YouTube!!!

Você não pode perder!
Brega Dancers no YouTube!

beijos...
boas férias!


http://www.youtube.com/watch?v=wJZ0V6ysulM

domingo, 12 de julho de 2009

eu danço!

"meu corpo do jeito que eu quiser. meu corpo...
nem sei se isso é contido em mim.
um suspiro do outro lado do mundo...
como de repente nascer um pouquinho de novo.
trazer para o coração a descoberta
e guardar que para descobrir é preciso caminhar...
a trajetória, o tempo, o pensar o si mesmo e pensar o outro...
um pé depois o outro... é como aprender a andar.
eu danço... eu danço...
eu danço, eu danço, eu danço, eu danço, eu danço, eu danço!"

Obrigada Ju!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Intervenção Brega


Dia 26 de junho de 2009 o IMP fez sua primeira Intervenção Brega, às 12:15 na Praça Generoso Marques. Fomos completamente sem expectativas e nos surpreendemos imenso com a repercussão da idéia. Descobrimos juntos que, mais do que falar sobre a breguice, queríamos falar sobre o amor. Nossa proposta acabou se transformando em uma grande intervenção apaixonada em meio à uma Curitiba fria e cinzenta. Envolvemos algumas pessoas, quebramos o gelo com outras, provocamos a maioria. Aquecemos o espaço em 4 minutos e deixamos nosso pequenos rastro de luz e cor. Nossa vontade de continuidade se ampliou ao infinito. Queremos agora que o projeto tome proporções maiores, inclusive com mais pessoas e novos repertórios.
Se alguém se interessar ... procure-nos!!!!
Mas tem que ter alma brega e apaixonada!!!!!
Obrigada galerinha do IMP ............ arrasamossssssssssssssss

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Histórinhas construídas durante o IMP nesta sexta (19/06)

Histórinhas surgiram durante um exercício gerado a partir de um palavra repassada por meio de sons e de movimentos....

" Uma sereia sedutora ensaia uma coreografia para um concurso. Quando ela vai dormir sonha com sua dança, tem sonhos profundos e sai sonâmbula pela rua. A sereia acorda e faz o melhor show de sua vida. Ela seduz a platéia, ela sente o vento nos cabelos, sente o movimento da água e surpreende as pessoas quando se distancia lentamente e seu rabo vai sumindo, e pernas vão surgindo. Seu olhar é fulminante, todos estão hipnotizados.
Ela termina o show em um momento único e volta para casa dormir".

Elaborada por Maíra.


" Uma menina solitária sendo levada pelo vento e sendo derrotada, sempre curiosa e brincando consigo mesma.
Olha tudo o que acontece em sua volta. Agora pensa que é um bicho, imita ele de todas as formas. Imagina agora que está esquiando e sente cócegas. Ela acha isso tudo muito divertido. Tudo chama atenção e aproveita para criar uma nova brincadeira.
Ela se sente cansada um pouco depois de brincar e inventar várias coisas divertidas, mas ela não desiste e se anima novamente. Agora ela é um coelho e viaja.
Ela cada vez se sente mais cansada, mas sempre alguma coisa chama a atenção dela e não descansa. Mas decansa."

Elaborada por Thaísa.


"Ele estava tendo um ataque epilético em cima da corda bamba. A corda era elétrica e além de um ataque ele começou a levar choques no corpo inteiro.
Quando se libertou da corda elétrica e descansou do ataque correu até sua casa cavou a terra no quintal. Foi injetando terra por todas as partes do seu corpo. De tão aterrado que ele estava a felicidade invadiu sua vida. Decidiu então nadar no rio para tirar toda terra do seu corpo. Mas depois que a terra saiu do seu corpo ele sentiu sua falta. Enterrou-se novamente até a cabeça."

Elaborada por Camila.


"Ela tinha uma bola muito colorida nas mãos, ela estava cheia de energia verde e se quebrou. Toda energia verde invadiu seu corpo, o que a deixou meio zonza e sem saber o que fazer. Depois de parar e tomar fôlego ela viu que estava crescendo e podia mandar raios verdes. Então ela começou uma chacina de raios verdes, o que causou um transtorno no mundo. Veio forças de todo o mundo para detê-la e eles usaram todas as armas possíveis para destruí-la, mas ela era invensível e sambava raios verdes que agora ela aprendera a irradiar por todas as partes do seu corpo, o que a fez perder o controle e morrer em meio a raios verdes que irradiaram por todo o mundo e está aí, em nosso meio."

Elaborada por Gabriel.


"O bicho furou a terra, entrou nas profundezas da terra e encontrou um outro bicho muito maior e mais poderoso, roeu a perna do monstro na tentativa de combatê-lo. Inútil. Foi devorado.
Primeiro a cabeça. Depois os membros e o tronco. Era uma digestão. O monstro pouco acostumado àquele sabor. Temperou antes. Mas isso não aliviou o mal estar. Dentro do estômago os pedaços do bichinho saltavam de um lado a outro. Provocavam arrôto. Uma vingança terrível. O monstro não podia dormir. Vociferava. Rolava. Depois vieram os gases e a sensação de empaxamento mas o estômago ainda deglute parte do animal. Até que... alívio... vomitou."

Elaborada por Joanita.


obs: Ale peço desculpas, mas teve várias palavras que não consegui decifrar ou nem substituir da sua histórinha... hauauaha
Aguardo o próximo encontro para você me ajudar!!
Mil desculpasss meu protegido!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Evidências!

Movimento Brega paralelo aos encontros do IMP anuncia sua 1ª intervenção!
Depois de muito trabalho para compor está tão complexa e bela COREÔ!
"Estaremos realizando" uma "intervention breganation" próxima 6ªfeira dia 26/06 na Praça Generoso Marques! APAREÇAM!
beijoooooooooooooooo

Aí vai a letra da música para todos curtirem intensamente!

Evidências

"Quando eu digo que deixei de te amar
É por que te amo
Quando eu digo que não quero mais você,
É por que te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E de confessar que estou nas tuas mãos
Mas não posso imaginar
o que vai ser de mim
Se eu te perder um dia

Eu me afasto e me defendo de você,
mas depois me entrego
Faço tipo, falo coisas que eu não sou,
Mas depois eu nego
Mas a verdade
é que eu sou louco por você
E tenho medo de pensar em te perder
Eu preciso aceitar que não dá mais
para separar as nossas vidas

E nessa loucura de dizer que não te quero
Vou negando as aparências,
disfarçando as evidências
Mas para que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração
Eu sei que te amo,
chega de mentiras
De negar meu desejo
Eu te quero mais do que tudo,
eu preciso do teus beijos
Eu entrego a minha vida
para você fazer o que quiser de mim
Só quero ouvir você dizer que sim

Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você pensa muito em mim
Diz que é verdade, que tem saudade,
Que ainda você quer viver pra mim"

segunda-feira, 1 de junho de 2009

I.U. MULTIDÕES - TRANSFERIDA


Devido a chuva INTERVENÇÃO URBANA MULTIDÕES foi TRANFERIDA para o próximo domingo.

DATA: 07/06/09 (Domingo)
LOCAL: Ruínas e Largo da Ordem (Feira)
ENCONTRO: 13H00
ROUPA: Camisa ou Blusa Vermelha (de preferência sem estampa) e calça jeans azul (qualquer tom)
AÇÃO: Andar das Ruínas até o centro do Largo da Ordem e parar por alguns minutos. Ao ouvir um som de apito dispersar.
OBSERVAÇÃO: Se chover a intervenção será cancelada.

Dúvidas ligue no 41-8846-6346 / 41-9972-2226

Fique ligado durante essa semana no BLOG e participe!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

DEBATE

O que é Brega? Qual a diferença do Brega com o Cafona?

Bem o pouco que achei nos dicionários me deixaram "cuturalmente" mais sábia (rs). Segue abaixo algumas definições:

  • Dicionário Michaellis

ca.fo.na
adj m+f (ital cafone) gír De mau gosto: Chapéu cafona. s m+f 1 Pessoa que se caracteriza pela falta de bom gosto ou pelo gosto estragado, principalmente no trajar e nas coisas da vida cotidiana. 2 Pessoa sem modos, acafajestada.

bre.ga
adj m+f pop Que tem gosto duvidoso ou de mau gosto; cafona. sf Reg (Nordeste) Zona do meretrício.

Bem vejo que a diferença é limiar dependendo da expressão, mas acho que essa discussão vai mais longe...Agora lanço a pergunta para todos: O QUE É BREGA, OU CAFONA PRA VOCÊ?!?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Deram a volta à sala, uma procissão circular de dançarinos, cada um com as mãos nos quadris do dançarino precedente - e assim continuaram, volta após volta, gritando em uníssono, batendo com os pés ao ritmo da música, marcando vigorosamente a cadência com as mãos nas nádegas dos que estavam à sua frente; doze pares de mãos batendo como uma só; como uma só, doze pares de nádegas ressoando viscosamente. Doze em um, doze em um. 'Ouço-o chegar, ouço-o chegar!' A música acelerou-se, os pés bateram mais rápido, mais rapido, ainda mais rápido, bateram as mãos rítmicas. E subitamente uma poderosa voz sintética de baixo rugiu as palavras que anunciavam a expiação próxima e a consumação final da solidariedade, a vinda do Doze-em-Um, a encarnação do Grande Ser".

Trecho do livro ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, de Aldous Huxley, de 1941.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Questões pensativas (minhas) provocadas pelo IMP

Um grupo de pessoas se reúne em um período do dia da semana.
Juntam pessoas que vêm de uma investigação, procura ou curiosidade.
Juntam pessoas que buscam conhecimento, crescimento e /ou uma simples troca.
Pessoas que são diferentes no jeito de se expressar, falar, pensar, comer, dormir e viver, mas que podem encontrar semelhanças entre si ou não!
E foi nessa questão da diferença que fiquei muito pensativa depois que fizemos o último exercício das duplas, principalmente na parte de falar para o outro o que te interessava nele e como ele se movimentava.
Bom, surgiram algumas perguntas, tais como:
- Será que na hora que anotei o que me interessava nos movimentos do meu colega eu não acabei anotando e descobrindo justamente o que eu tinha dito que me interessava pra ele? (entenderam? hauhauha)
- Depois de ter visto que as coisas que escrevi foram meio vagas demais, surgiu a dificuldade: como contar exatamente qual é o jeito que ele faz os movimentos que me interessam?
- E será que os movimentos interessantes que anotei são características dele ou são os próprios movimentos apresentados que fazem parte dos seu trabalhos? Ou ele apenas se deteve no que achou interessante a respeito do que eu falei e tentou expressar em um movimento nunca pensado?

Aí estão algumas indagações que, como já disse, me deixaram muito pensativa. Acho que isso realmente aconteceu porque senti dificuldade de concluir o exercício.
E por isso que toco no assunto da diferença, pois achei que o Lyncoln conseguiu descrever muito bem o meu jeito de me movimentar e já eu não!
Portanto decidi expor as perguntas que surgiram e falar que foi meio complicado escrever como é o jeito dos movimentos do Lyncoln que me interessavam.
Bom, pode ser que eu tenha viajado um pouco e pensado demais, mas peraí, acho que também sou diferente! hauhauaha

Meus interesses

Me interessa o prazer, o outro, a relação com o outro, eu e você juntos, a união, a conexão, a paixão.
Me interessa a família, o laço, os filhos, o romantismo, a breguice, a sem-vergonhice e a canastrice.
Me interessa o ser humano.
Me interessa o corpo em toda sua complexidade, o corpo em movimento, o corpo aberto para a vida, o corpo frágil e persistente, o corpo que sente, a permanência, a ausência, a paciência.
Me interessa viajar, deslocar, me perder, me achar.
Me interessa ensinar, questionar, passar a bola prá frente, a generosidade, a personalidade, a idade.
Me interessa a natureza, a beleza, a pureza, a incerteza, a clareza, a safadeza e a delicadeza.
Me interessa um mundo de coisas impossíveis de listar. Me interessa o brilho no olhar. E amar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

links de julgando balaú

http://www.youtube.com/watch?v=2aGQMOWVNBo

essa passagem do waking life é linda. holy moment, fino.

e este debaixo é o tal do oiticica, que muito tem me interessa a sua proposta de fazer baurus.

http://www.youtube.com/watch?v=vxEFy7GvFrs

bjso

nozes e tuzes

ministro cursos comigo mesmo e com um cão,
que mora aqui dolade casa, bonitinho, mas não conversa
invensão
sou enquanto processo
sabe a historia do gosto da panqueca quando tá na boca
é isso, e tambem não é.
bjs

terça-feira, 5 de maio de 2009

PROJETO: O CORPO EM CENA-INVADINDO CURITIBA


FOTO RAFAELIN POLI
A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA AO CONHECIMENTO PÚBLICO: O ARTIGO CIE

O percurso escolhido inicialmente para o projeto O Corpo em Cena Invadindo Curitiba era fruto de minha participação no Workshop Laboratório Corpo/Cidade. Ministrado pela arquiteta Paola Jacques Berenstein, foi realizado no Centro de Estudos do Movimento - Casa Hoffmann, em Curitiba, Paraná. O corpo, matéria fundamental das discussões contemporâneas, era tema central desta oficina. O debate girou em torno das relações entre corpo e cidade, das possibilidades de apreensão, através das experiências corporais, de questões sócio-políticas que envolviam arquitetura, urbanismo e arte.
As informações recebidas e as indagações suscitadas, tanto estimularam a realização deste projeto como apresentaram um labirinto cujos caminhos intricados me fizeram percorrer em círculos e entrar em becos sem saída. No entanto foi perdida que encontrei uma trilha que não havia notado anteriormente: sua relação com minha experiência pessoal que está inscrita em minha trajetória corporal. Revendo e analisando a intervenção realizada em 2006 chamada de Intervenção Cênica que
frisa os Actantes (Sociedade de Consumo) e as Entidades Figurativas (opressor/oprimido, alienado e rebelde), decidi então retomar o processo e realizar novamente este evento no espaço público comercial de Curitiba. Este (re)surge num desabafo materializado em ações físicas e gestos - Intervenção Cênica: Ensaio Aberto Parte I. Os processos desenvolvidos nesta intervenção agora fazem parte de meu projeto de Iniciação Científica O corpo em Cena – Invadindo Curitiba pelo Programa de Iniciação Científica da FAP orientado pela professora Ana Fabrício.
Mais que um manifesto para as artistas envolvidas, desejo poder dividir este olhar no espaço cênico, ou melhor no espaço público desenvolvendo ações físicas que comuniquem e afetem o outro que vê. Mexer com o olhar do público e com a arquitetura circundante é pensar em presença e deslocamento, é intervir no cotidiano recriando situações nos quais as colaboradoras se arriscam. E este risco me faz acreditar que “o teatro tem função preponderante de promover a comunhão social, eliminando praticamente a distinção entre palco, platéia, atores e espectadores.” (LIMA,1999)
.

Como relacionar Teatro, que é a minha referência, com as possibilidades de intervenções urbanas indicadas por Paola Berenstein Jacques, a fim de experimentar o espaço público, construindo situações cênicas entre eu, a atriz e o outro, o público? Talvez, intuitivamente, os indícios desta pesquisa se manifestaram na intervenção realizada em 2006 pela disciplina de Improvisação, orientado pela professora Ana Fabrício. Fruto de um exercício de criação de roteiro através de improvisações de ações físicas o grupo formado por mim e mais cinco colegas desenvolveu uma partitura de movimentos a partir da palavra “rasgo” que estruturou um tipo de “cena”. No percurso da criação percebemos a necessidade de uma transformação artístico-espacial, que não deveria ficar restrita a sala de aula. Já que esta “cena” comunicava fora das fronteiras da Faculdade, em espaços de grande fluência de pessoas decidimos “apresentar” este processo no calçadão da Rua XV de Novembro, região centro-comercial de Curitiba, Paraná. Denominado de Intervenção Cênica seu foco era eliminar o limite arquitetônico, apropriar-se e deixar-se apropriar pelo espaço aproximando público e artista. Por indicação de Ana Fabrício, em abril de 2009 eu e o grupo retomamos este processo de pesquisa. Após encontros decidimos executar o evento Intervenção Cênica: Ensaio Aberto Parte I novamente no calçadão da Rua XV de Novembro, agora trazendo definições teatrais por Patrice Pavis1 para a estrutura elaborada. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA AO CONHECIMENTO PÚBLICO: O ARTIGO CIE
Ao relacionar as experiências com as definições de Pavis, puderam ser identificadas algumas semelhanças, no entanto nem todos os termos se ajustam ao evento realizado no dia 04/04/2009 (Foto acima) no calçadão da Rua XV de Novembro.
Os resultados foram analisados, sistematizados e reformulados num novo Roteiro de Ações, que será realizado em outro espaço público de Curitiba. As reflexões a partir destes eventos e suas relações com os elementos que constituem uma cena teatral servirão de base para o artigo finalizará o projeto O corpo em Cena: Invadindo Curitiba. O conteúdo, atual, deste artigo científico e mais os resultados visuais (vídeo e imagem) dos eventos realizados estão publicados em um blog www.intervencoescenicas.blogspot.com onde abro espaço para discussões e sugestões, esperando um retorno para prosseguir em minhas pesquisas.

AGUARDO TODOS LÁ PARA DIVIDIR E COLABORAR!


Abraços!!!

Aline (Negra) Silva

DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA AO CONHECIMENTO PÚBLICO: O ARTIGO CIE

DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA AO CONHECIMENTO PÚBLICO: O ARTIGO CIE



segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Pai de Tânia Morreu

Célia está morta
dentro de um caixão,
gostosa!

Seu corpo decompõe
sensualmente,
de um jeito que só célia sabe fazer.
Só Célia sabe fazer...

Roxa e podre
foi nesse momento que
percebi que ela chama demais
a minha atenção.
Só Célia sabe...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Repostando, repropondo...

bom, eu ja havia postado esse poema do Leminski ano passado, mas tanto pelo que temos conversado no IMP(e que eu e a Fatima falamos muito nesse ultimo encontro) acho que ele continua pertinente...então, bom proveito queridos...beijos Gabriel Machado.

Contranarciso - Paulo Leminski

Em mim
Eu vejo o outro
e outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
O outro
que há em mim
É você
Você
e você
Assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
E só quando estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós.

quinta-feira, 9 de abril de 2009


coisas que apreendemos ficam impressas em nosso corpo,movimento, inquietações.Investigação do movimento, saímos quer queiramos ou não modificados.Propor, palavra chave que me instiga,o artista é proponente,busca constante.As vezes criamos nossas próprias armadilhas e nos encerramos numa mesmice constante,o movimento se faz necessário em meio a tempestades e calmarias é preciso ter coragem de rompermos um espaço que nos delimita, e olharmos e vivenciarmos o que nos aguarda lá fora, coragem de ser.