Um dia no café comecei a pensar... Este dia no café comecei a pensar... Qualquer dia no café comecei a pensar... O dia que no café comecei a pensar algo que talvez muito antes deste dia já tinha começado. Dona Maria do café! Quando que a Rua Conselheiro Laurindo, 41 passa a ser Travessa de Santa Clara, 47. Desde que o Lyncoln chegou a Rua dos Fanqueiros passou a ser Rua dos Funcionários, e assim meu corpo por vezes navega de modo autônomo pelos dias, e eu (des)situo e retomo. Nos meus sonhos estão presentes pessoas e lugares passadas mas sobre questões surreais atuais. Hoje não quero escrever com nexo, hoje não quero ser compreendida. Hoje não basta-me nada. Essa escrita deseja ser conto no entanto se antes de começar a dançar tivesse escrito mais e mais e mais sem mesmo ser compreendida? Dona Maria do café vive para se matar. Hoje foi aí que parei. Quando foi que eu entrei em um atalho que dizia sem saída? Não é verdade! Minha mãe sempre disse-me - Filha pare de bater a cabeça! [metaforicamente como filha (taurina) teimosa]. Por que tanta dureza comigo mesma? Quando um lapso de espaço e desconsideração do que pode fazer-me mal afetei-me a mim própria e ainda assim segui duramente a dar passos. Situação bizarra de se falar, e sentir o que se revela em um ato de milésimos de segundo mas que perduram dias em uma reação física. Quando as situações repetem-se? Antes ou depois de as percebê-las? Eu sou danças erradas também e na maioria das vezes! Não é indiferente mas, onde fechou em mim a possibilidade do não querer dançar? Ou pelo menos o querer dançar danças erradas!? Um escritor tem seu modo particular de escrever, qual é o modo particular de viver Juliana? Reconheço-me? Ou reconheço a cópia de mim mesma! Ou a terceira de mim que não conheço mas vou passar cada segundo a buscar reconhecê-la. Quem abre caminho pra quem?
sábado, 28 de novembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Vazio Muito Cheio
Tem um buraco em mim que eu não consigo preencher.
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Eu sinto uma coisa explodindo em mim. Eu to me virando ao avesso.
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Assim, desse jeito, o vazio fica evidente, dá pra ver que não tem nada aqui dentro, é só um amontoado de carne gangrenada. Um amontoado de órgãos sendo dissolvidos em dias quentes em dias frios em dias fétidos em dias inúteis em pessoas inúteis em saudades inúteis em distâncias inúteis em sentimentos inúteis.
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Eu queria entender porque que isso dói.
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Eu queria entender porque que a gente persiste em tentar preencher algo que não se preenche.
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Não se preenche porque não tem nada pra preencher.
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Talvez esse vazio seja tudo que eu tenho.
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É um vazio muito cheio.
Gabriel Machado
Imagem: Dave Mckean
Titulo: Andressa Marcondes
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Distâncias...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
PROCURA-SE
Procura-se pessoas interessadas em trocar conhecimento sobre o tema...
Intervenções Urbanas – Linguagem Cênica na Cena
Neste estudo desenvolveremos pesquisa a partir de pré-definições sobre Intervenção, Intervenção Urbana; Linguagem Cênica e Cena.
Interessados favor enviar e-mail para negra.silva@yahoo.com.br
Aos cuidados de Negra (Aline) Silva
Intervenções Urbanas – Linguagem Cênica na Cena
Neste estudo desenvolveremos pesquisa a partir de pré-definições sobre Intervenção, Intervenção Urbana; Linguagem Cênica e Cena.
Interessados favor enviar e-mail para negra.silva@yahoo.com.br
Aos cuidados de Negra (Aline) Silva
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Mude, Faz um 21.
“Ele diz, ele escreve, que ele faz isto para fazer de conta que não está sozinho.”
(Jean-Luc Lagarce)
Aqui as coisas passam devagar, um lugar branco. Vazio. Seco. Cinza.
Aqui eu olho e vejo pequenas ilhas, pequenas pessoas com suas medíocres vidas, daqui eu posso ver o vazio, que vai. E vai. Vai.
Aqui as cores foram ofuscadas.
Aqui as pessoas fingem não estarem sozinhas.
Aqui elas preferem acreditar que tudo é colorido, que existe cor neste mundo daltônico e em tons cinza.
Aqui elas conversam. Comem. Dormem. Trabalham...
Aqui elas acham que se você se preencher de coisas pra fazer, você vai esquecer a solidão da existência. Vai esquecer que você sempre acaba sozinho.
Mas você não vai.
Em algum instante, quando você volta pra casa. Quando todos se foram. Quando não existem mais pessoas pra conversar. Nem comida pra comer. Nem sono pra dormir. Nem trabalho pra trabalhar. Nem porra-alguma-pra-fazer.
Você vai sentir aquele vazio-cinza.
E é aí, que ele, o Sr. Moonlight se Suicida.
Gabriel Machado
(Jean-Luc Lagarce)
Aqui as coisas passam devagar, um lugar branco. Vazio. Seco. Cinza.
Aqui eu olho e vejo pequenas ilhas, pequenas pessoas com suas medíocres vidas, daqui eu posso ver o vazio, que vai. E vai. Vai.
Aqui as cores foram ofuscadas.
Aqui as pessoas fingem não estarem sozinhas.
Aqui elas preferem acreditar que tudo é colorido, que existe cor neste mundo daltônico e em tons cinza.
Aqui elas conversam. Comem. Dormem. Trabalham...
Aqui elas acham que se você se preencher de coisas pra fazer, você vai esquecer a solidão da existência. Vai esquecer que você sempre acaba sozinho.
Mas você não vai.
Em algum instante, quando você volta pra casa. Quando todos se foram. Quando não existem mais pessoas pra conversar. Nem comida pra comer. Nem sono pra dormir. Nem trabalho pra trabalhar. Nem porra-alguma-pra-fazer.
Você vai sentir aquele vazio-cinza.
E é aí, que ele, o Sr. Moonlight se Suicida.
Gabriel Machado
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
... um mimo ...
O meu olhar é como o girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás ...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem ...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras ...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.
(Alberto Caeiro)
terça-feira, 25 de agosto de 2009
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