sábado, 28 de novembro de 2009

Desejo de contar um conto

Um dia no café comecei a pensar... Este dia no café comecei a pensar... Qualquer dia no café comecei a pensar... O dia que no café comecei a pensar algo que talvez muito antes deste dia já tinha começado. Dona Maria do café! Quando que a Rua Conselheiro Laurindo, 41 passa a ser Travessa de Santa Clara, 47. Desde que o Lyncoln chegou a Rua dos Fanqueiros passou a ser Rua dos Funcionários, e assim meu corpo por vezes navega de modo autônomo pelos dias, e eu (des)situo e retomo. Nos meus sonhos estão presentes pessoas e lugares passadas mas sobre questões surreais atuais. Hoje não quero escrever com nexo, hoje não quero ser compreendida. Hoje não basta-me nada. Essa escrita deseja ser conto no entanto se antes de começar a dançar tivesse escrito mais e mais e mais sem mesmo ser compreendida? Dona Maria do café vive para se matar. Hoje foi aí que parei. Quando foi que eu entrei em um atalho que dizia sem saída? Não é verdade! Minha mãe sempre disse-me - Filha pare de bater a cabeça! [metaforicamente como filha (taurina) teimosa]. Por que tanta dureza comigo mesma? Quando um lapso de espaço e desconsideração do que pode fazer-me mal afetei-me a mim própria e ainda assim segui duramente a dar passos. Situação bizarra de se falar, e sentir o que se revela em um ato de milésimos de segundo mas que perduram dias em uma reação física. Quando as situações repetem-se? Antes ou depois de as percebê-las? Eu sou danças erradas também e na maioria das vezes! Não é indiferente mas, onde fechou em mim a possibilidade do não querer dançar? Ou pelo menos o querer dançar danças erradas!? Um escritor tem seu modo particular de escrever, qual é o modo particular de viver Juliana? Reconheço-me? Ou reconheço a cópia de mim mesma! Ou a terceira de mim que não conheço mas vou passar cada segundo a buscar reconhecê-la. Quem abre caminho pra quem?

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