quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dualidades



Eu sei o quê dizer. Eu sei o quê dizer. Meu nome é Rafael Ricardo Pereira e confesso que estou em crise. Meu nome é Rafael Di Lari e confesso que estou em crise. Não sou o mesmo. Eu não sou o mesmo. A cada dia sou um outro. Frágil, sem verdades. Crenças. Sem me impor, eu sigo a manada. Me confundo com um outro, igual, e por um segundo surge a possibilidade daquele outro ser eu. Seria eu, então, um psicopata em potencial planejando ataques à senhoras gordas com suas sacolas de compra no centro de Curitiba atropelando pessoas nas suas pressas estúpidas de chegarem a lugar algum? E não chegarão pois são todas animais com objetivos pré-históricos... Ou...seria...eu...Ou seria eu um budista em repouso meditativo contemplando o sofrimento humano e esperando a Iluminação nos intervalos da novela das oito? Não sei o quê dizer. Eu sei o quê dizer. Sou uma cicatriz na testa e pintas e pêlos exclusivos que só eu possuo. Um antropofágico com refluxo, perdido em meio a um desfile carnavalesco de referências que a todo instante se justapõem e somem em devaneios. Sou Rafael Ricardo Pereira e sei o quê dizer. Sou Rafael Di Lari mas não sei o quê dizer.


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