segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Contrário disso: a capacidade de um corpo ser afectado

extraído do blog: luizcarlosgarrocho.blogspot.com
*Muito legal esse blog!!

7.1.07

No campo da criação corpórea aparece sempre a questão do corpo como um fenômeno de comunicação. Entranto, adentrei por um desvio que apresenta o corpo em suas forças capazes de afecção, a partir do pensamento de Gilles Deleuze, principalmente. Nessa busca, deparei-me com um texto de Peter Pál Pelbart, do qual publico um trecho que é, antes de tudo, muito inspirador:"... seria preciso retomar o corpo naquilo que lhe é mais próprio, sua dor no encontro com a exterioridade, sua condição de corpo afetado pelas forças do mundo e capaz de ser afetado por elas: sua afectibilidade. Como o observa Barbara Stiegler, para Nietzsche todo sujeito vivo é primeiramente um sujeito afetado, um corpo que sofre de suas afecções, de seus encontros, da alteridade que o atinge, da multidão de estímulos e excitações que lhe cabe selecionar, evitar, escolher, acolher7.Nessa linha, também Deleuze insiste: um corpo não cessa de ser submetido aos encontros, com a luz, o oxigênio, os alimentos, os sons e as palavras cortantes -um corpo é primeiramente encontro com outros corpos, poder de ser afetado. Mas não por tudo e nem de qualquer maneira, como quem deglute e vomita tudo, com seu estômago fenomenal, na pura indiferença daquele a quem nada abala...Como então preservar a capacidade de ser afetado, senão através de uma permeabilidade, uma passividade, até mesmo uma fraqueza? Mas como ter a força de estar à altura de sua fraqueza, ao invés de permanecer na fraqueza de cultivar apenas a força, pergunta Nietzsche e, no seu rastro, Stiegler, Lapoujade? Gombrowicz referia-se a um inacabamento próprio à vida, ali onde ela se encontra em estado mais embrionário, onde a forma ainda não “pegou” inteiramente8, e a atração irresistível que exerce esse estado de Imaturidade, onde está preservada a liberdade de “seres ainda por nascer”... Porém, será possível dar espaço a tais "seres ainda por nascer" num corpo excessivamente musculoso, em meio a uma atlética auto-suficiência, demasiadamente excitada, plugada, obscena, perfectível? Talvez por isso tantos personagens literários, de Bartleby ao artista da fome, precisem de sua imobilidade, esvaziamento, palidez, no limite do corpo morto. Para dar passagem a outras forças que um corpo excessivamente blindado não permitiria. Mas será preciso produzir um corpo morto para que outras forças atravessem o corpo?José Gil observou o processo através do qual, na dança contemporânea, o corpo se assume como um feixe de forças e desinveste os seus órgãos, desembaraçando-se dos “modelos sensório-motores interiorizados”, como o diz Cunningham. Um corpo “que pode ser desertado, esvaziado, roubado da sua alma”, para então poder “ser atravessado pelos fluxos mais exuberantes da vida”. É aí, diz Gil, que esse corpo, que já é um corpo-sem-órgãos, constitui ao seu redor um domínio intensivo, uma nuvem virtual, uma espécie de atmosfera afetiva, com sua densidade, textura, viscosidade próprias, como se o corpo exalasse e liberasse forças inconscientes que circulam à flor da pele, projetando em torno de si uma espécie de “sombra branca”9. Não posso me furtar à tentação, nem que seja de apenas mencionar, a experiência da Cia. Teatral Ueinzz, que coordeno em São Paulo, na qual reencontramos entre alguns dos atores ditos psicóticos, posturas “extraviadas”, inumanas, disformes, rodeados de sua “sombra branca”, ou imersos numa “zona de opacidade ofensiva”10.O corpo aparece aí como sinônimo de uma certa impotência, mas é dessa impotência que ele extrai uma potência superior, nem que seja às custas do corpo empírico.Pois é às custas do corpo empírico que um corpo virtual pode vir à tona. Desde o jejuador até o homem-inseto, os personagens de Kafka reivindicam um corpo “afetivo, intensivo, anarquista, que só comporta pólos, zonas, limiares e gradientes”. Como dizem Deleuze-Guattari, num tal corpo se desfazem e se embaralham as hierarquias, “preservando-se apenas as intensidades que compõem zonas incertas e as percorrem a toda velocidade, onde enfrentam poderes, sobre esse corpo anarquista devolvido a si mesmo”11, ainda que ele seja o de um coleóptero. “Criar para si um corpo sem órgãos, encontrar seu corpo sem órgãos é a maneira de escapar ao juízo” do pai, do patrão, de Deus, é uma maneira de fugir a todo um sistema do juízo, da punição, da culpa, da dívida.Ao invés da dívida infinita em relação à instância transcendente, o embate dos corpos, num sistema da crueldade imanente. Há aí, insistem os autores, nesse corpo desfeito e intensivo, tal como aparece em Kafka, uma vitalidade não-orgânica, inumana, e um combate: “Todos os gestos são defesas ou mesmo ataques, esquivas, paradas, antecipações de um golpe que nem sempre se vê chegar, ou de um inimigo que nem sempre se consegue identificar: donde a importância das posturas do corpo”12.Mas o objetivo do combate, diferentemente da guerra, não consiste em destruir o Outro, mas em escapar-lhe ou apossar-se de sua força. Em suma, o combate como uma “poderosa vitalidade não-orgânica, que completa a força com a força, e enriquece aquilo de que se apossa”.Mas o que é essa vitalidade não-orgânica? Em “Imanência: Uma Vida”, último texto escrito por Deleuze, comparece um exemplo -o de Dickens. O canalha Riderhood está prestes a morrer num quase afogamento, e libera nesse ponto uma “centelha de vida dentro dele” que parece poder ser separada do canalha que ele é, centelha com a qual todos à sua volta se compadecem, por mais que o odeiem -eis aí uma vida, puro acontecimento, em suspensão, impessoal, singular, neutro, para além do bem e do mal, uma “espécie de beatitude”, diz Deleuze"
13.

Peter Pál Pelbart -

Referências:(texto completo em http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/2792,1.shl)
7 - Barbara Stiegler, "Nietzsche et la Biologie", Paris, PUF, 2001, p. 38.
8 - Witold Gombrowicz, "Contre les Poètes", Paris, Ed. Complexe, 1988, p. 129.
9 - José Gil, “Movimento Total”, Lisboa, Relógio d´Água, 2001, p. 153.
10 - http://ueinzz.sites.uol.com.br/home.htm
11 - G. Deleuze, “Crítica e Clínica”, São Paulo, Ed. 34, p. 149.
12 - G. Deleuze, “Crítica e Clínica”, op. cit., p. 149-150.
13 - G. Deleuze, "L´Immanence, Une Vie", in « Deux Régimes de Fous », Paris, Minuit, 2003.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Tarde chuvosa em um boteco qualquer. Cervejas, cigarros e pensamentos

Investigação. Palavra importante no vocabulário do artista. A investigação move para o desconhecido, o novo pra mim, a arte. O novo pra mim pode ser material já conhecido para outros mas o corpo tem limitações momentâneas. Momentâneas porque se investiga-se passa a conhecer o desconhecido até que outra descoberta aconteça, assim o corpo vai se renovando e ampliando-se.

União. O outro sempre é diferente de você, possui outros pensamentos, verdades, e provoca questionamentos até então não questionáveis. Ou colabora com a compreensão de dúvidas já existentes. O contato pode ser demolidor; Algo necessário pois a renovação é necessária. A solidão na criação é algo doloroso, acredito hoje. A união gera ampliação.

Movimento. Percebo que posso mover tudo e que tudo me move, constrói forma no meu corpo. Este é um suporte para o invísivel e também o palpável que me cerca. Mover vontades, desejos, sentimentos, percepções, o espaço, as pessoas, objetos.

Liberdade. O que eu faço com isso? O que quero dizer, o que proponho, o que modifico? Aproveitar a liberdade e a autonomia com questões, indagações; Propor. Mover. Investigar.

Não fechar esse espaço aberto, esses encontros, essas crises. Desdobrar sempre!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A prova final foi...

O essencial para o artista reside em exprimir em movimento a comunicação que ele estabelece com ele mesmo, a relação que ele cria com seu meio e o olhar que ele porta sobre sua culturae a sociedade na qual ele vive ( FRANK Widman)

Se esta citação acima, fosse a resposta.

Qual seria a pergunta?

Tentativas correm...mas é muito difícil defini-la sem rodeios... sem algo a mais...

A pergunta sempre é mais difícil do que respostas... Ela é simples e contem todo o conteúdo implícito.

Portanto...

Temos muitas respostas nos livros mas o que é difícil mesmo é saber a pergunta no meu corpo...?


AMORA


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dualidades



Eu sei o quê dizer. Eu sei o quê dizer. Meu nome é Rafael Ricardo Pereira e confesso que estou em crise. Meu nome é Rafael Di Lari e confesso que estou em crise. Não sou o mesmo. Eu não sou o mesmo. A cada dia sou um outro. Frágil, sem verdades. Crenças. Sem me impor, eu sigo a manada. Me confundo com um outro, igual, e por um segundo surge a possibilidade daquele outro ser eu. Seria eu, então, um psicopata em potencial planejando ataques à senhoras gordas com suas sacolas de compra no centro de Curitiba atropelando pessoas nas suas pressas estúpidas de chegarem a lugar algum? E não chegarão pois são todas animais com objetivos pré-históricos... Ou...seria...eu...Ou seria eu um budista em repouso meditativo contemplando o sofrimento humano e esperando a Iluminação nos intervalos da novela das oito? Não sei o quê dizer. Eu sei o quê dizer. Sou uma cicatriz na testa e pintas e pêlos exclusivos que só eu possuo. Um antropofágico com refluxo, perdido em meio a um desfile carnavalesco de referências que a todo instante se justapõem e somem em devaneios. Sou Rafael Ricardo Pereira e sei o quê dizer. Sou Rafael Di Lari mas não sei o quê dizer.


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Encontros







tente entender o que pinto e o que escrevo agora.Vou explicar: Na pintura como na escritura procuro ver estritamente no momento em que vejo e naõ ver através da memória de ter visto no instante passado. O instante é este. O instante é em si mesmo iminente. Ao mesmo tempo que eu o vivo, lanço-me na sua passagem para outro instante.


(do livro àgua viva-Clarice Lispector)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Autonomia antes ou depois da ...autonomia


"particularmente, a oposição entre ideologia e ciência, que, explícita ou implicamente, fazia parte a conceptualização do conceito de ideologia desenvolvido por várias vertentes marxistas, não pode, depois do pós-estruturalismo, ser tão facilmente sustentada. Depois do pós - estruturalismo e partiularmente depois de Faucault, a oposição entre ciência e ideologia, fundamentada coo é na oposição "verdadeiro - falso", simplesmente se desfaz. Nesse sentido, as teorias pós-críticas, ao comtrário das acusações que lhes são feitas, ao deslocarem a questão da verdade para aquilo que é considerado verdade, tornam o campo social ainda mais politizado." (Tadeu T. 2007, p.146)

rede de criação



"porque nossa educação nos ensinou a separar e isolar as coisas. Separamos seus objetos de seus contextos, separamos a realidade em disicplinas compartimentadas umas das outras. A realidade, no entanto, é feita de laços e interações, e nosso conhecimento é incapaz de perceber o complexus - aquilo que é tecido em conjunto"(Morin, 2002, p. 11)


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um bom coração é um coração caótico




Aquele que não tem perguntas, não encontra respostas. Aquele que não busca nada, não encontra nada. A história dos grandes inventos registra casos célebres de indivíduos que viam o que milhares e milhares haviam visto, porém, pessoas que souberam mover o caleidoscópio da natureza e da cultura, para obter novas configurações com os mesmos elementos que haviam estado à mão de todos.
M. Rodrigues

Parece que as idéias criadoras só nos ocorrem quando empregamos muito tempo e energia exatamente na atividade que lhe torna mais difícil emergir (...) talvez essa imersão em nosso assunto seja condição de pensamento criador, não só porque os dá os materiais com que pensamos, mas ainda porque nos familiariza com as dificuldades do problema.
Gruber

A criação do novo não é conquista do intelecto, mas do instinto de prazer agindo por uma necessidade interior. A MENTE CRIATIVA BRINCA COM OS OBJETOS QUE AMA.
Jung



quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Guaranteed (Tradução)
Eddie Vedder
Composição: Eddie Vedder

Garantido

De joelhos não é maneira de ser livre
Levantando um copo vazio, pergunto silenciosamente
Todos meus destinos aceitarão aquele que sou eu
Para que eu possa respirar...

Círculos que crescem e engolem pressoas inteiras
Metade de suas vidas dizem boa noite para esposas que nunca irão conhecer
Uma mente cheia de perguntas, e um professor em minha alma.
E assim vai...

Não se aproxime ou terei que ir
Segurando-me como a gravidade são lugares que puxam
Se alguma vez houve alguém que me manteve em casa
Seria você...

Todos que encontro, em gaiolas que compraram.
Eles pensam de mim e meus vacilos, mas nunca sou quem eles pensaram
Eu tenho a minhas indignações, mas sou puro em todos os meus pensamentos.
Eu estou vivo...

Vento em meus cabelos, me sinto parte de todos os lugares.
Sob meu ser está um caminho que desapareceu.
Tarde da noite eu ouço as arvores, elas estão cantando com os mortos
Sobrecarga...

Deixe comigo enquanto encontro uma maneira de ser.
Considere-me um satélite, sempre orbitando.
Eu conheço todas as regras, mas as regras não me conhecem.
Garantido...

*Ouvir música no youtube "Eddie Vedder - Guaranteed"

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Identidade

M.C. Escher


Quando eu tinha 5, 6 anos, eu morava em Sorocaba ( no interior de São Paulo) e morava em um prédio que ficava em uma rua bem inclinada. No alto da rua, tinha uma chácara onde eu, meu pai e meus irmãos íamos para brincar.

Um dia, voltando dessa chácara, soltei da mão de meu pai (meu pai sempre andava de mãos dadas com a gente) e corri rua abaixo em direção ao prédio.

Na entrada do prédio tinha um degrau e logo em seguida, outro. Como estava muito rápido, fui pular o primeiro degrau mas meu pé ficou preso e cai de testa na quina do segundo degrau. O piso era de pedra, daquelas retangulares.

Começou a sangrar muito e fiquei desesperado, chorando. Meu pai chegou e me levou até uma mulher que morava no térreo, e que era enfermeira, que me deu os primeiros pontos.

Tenho essa cicatriz na testa, no lado direito.
E provavelmente isso será a única característica minha que permanecerá igual até o fim dos meus dias.


Eu sou o que aparento ser? O que me difere dos outros? Como captar o instante em que sou isso se logo posso ser outro?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Contaminações

-Esse que grita sou eu? Pode ser?
-Sim.
-Sim?
-Pode ser.
-E você?
-Não.
-O quê?
-Não posso ser.
-Mas como?
-Somos diferentes.
-Ah é?
-Sim.
-Tudo muda.
-O quê?
-...
-Fala!
-...

O Grito - Edvard Munch

Gerônimo está pulando. Quer sair, dançar, gritar, xingar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008


Este quadro de Wyeth me faz pensar sobre nosso encontro do origami na quinta -feira .Hesitar mais ao mesmo tempo ser impelido por uma força contida dentro de si mesmo.A força já esta ali em potência.Ebulição constante mesmo na aparente inércia.Olhar e ver, estar atento.Propor ou não propor.Estar ali interferindo em um determinado espaço e sendo interferido por ele.Não há como escapar ,de alguma forma nos modifcamos só pelo "simples" estar ali diante de tantas possibilidades, diante de nós mesmos.A escolha é nossa,mas a força já se faz presente mesmo que embrionária.Pulsa. Citando Paul Klee: "Tornar vísivel o invisivel"

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

RAIVA- Ricardo Passos. Hoje essa pintura me disse alguma coisa.

Uma vontade que fica presa, entalada, no pescoço, no peito, nas mãos, nos olhos. Gritar, puxar os cabelos, quebrar alguns pratos, xingar a "Tia gorda que não espera o desembarque para embarcar". O sol que esquenta demais, o frio que é muito frio, a chuva chata, o tempo seco que seca, o não-ter nada para fazer, o ter muita coisa para fazer, o trânsito caótico, o silêncio irritante da natureza, o Homem, os animais.

Acho que estou um pouco mais aliviado.

Até,
Gerônimo. Ou heterônimo, ou heterônomino, ou pseudônimo, ou sinônimo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Viagem rumo à cidade imaginária

- O Percurso
Uma viagem dentro da própria cidade. Turistas (re)visitando lugares tão conhecidos mas com uma outra intenção, um outro olhar: um olhar de turista.
O olhar de turista é curioso, atento. Percebe os cantos mais escondidos, o cheiro, os sons, o gosto do lugar.
O meu corpo preenchia os espaços da cidade interferindo no ambiente e sendo modificado pelo contato com as pessoas, os sons.

-A Cidade
"Pombal". Lugar abandonado, repleto de pombas. Forte cheiro de urina e fezes. Cidade esquecida no tempo e no espaço. Ninguém repara. Todos passam com pressa.
O percurso até Pombal foi ótimo. Pombal foi decepcionante mas tem a sua história e ela grita. Pena que ninguém escuta.
Fachada de Pombal

Rafael Di Lari

domingo, 28 de setembro de 2008

Francis bacon

Inocêncio X grita,mas grita por trás da cortina,não apenas como alguém que não pode mais ser visto,mas como alguém que naõ vê,nada mais tem para ver, que tem apenas por função tornar visíveis essas forças do invisível que o fazem gritar, essas potências do futuro.
....................................................................................................................................................................
Deleuze,Gilles.Francis Bacon.Lógica da sensação

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

tempo Paralelo

Diário de bordo


Ponto de partida : Uma grande incógnita, não sabia ao certo o que seria aquilo tudo.

Experiência nova, segui o meu percurso. Estabeleci três ações específicas: 1º buscar um espaço de solidão para permanecer ;2 ºParar em algum lugar para ler;3ºObservar e se aproximar da natureza dentro da cidade.

Esta três ações estabeleci no meu mapa antes de sair, mas quando sai , ao começar o percurso efetivamente, algumas coisas que não estavam no roteiro, começaram a surgir involuntariamente, como por exemplo o meu interesse em perceber a cidade sob novos aspectos que foi o que ficou o tempo todo entre as minhas três ações especificas. Foi interessante me deixar levar, quando vi me deparei com um poste que nunca havia percebido, parei algum tempo olhando pra ele, as pessoas passavam por mim e davam uma olhada discreta, O ritmo entre eu e aquelas pessoas havia sido quebrado , uma correria constante, as pessoas não param , ficam pra cima e pra baixo, tudo muito mecânico, automático e eu também no dia á dia sigo esse fluxo.M as neste dia me permiti parar, quebrar o ritmo da massa e parei, me permiti ficar ali olhando as formas circulares do poste vista de cima e as pedrinhas da calçada. A principio isto me causou um estranhamento, mais insisti e aos poucos fui me permitindo estar ali, sem aquela noção de estar perdendo tempo por não estar fazendo algo mais prático ou objetivo. Continuei meu percurso parei em frente a uma praça , me sentei e li um pouco, mais uma força maior me puxava em continuar simplesmente só observando sem fazer nada de concreto , simplesmente estar ali, sentindo o sol, olhando pra cima. Fiquei um tempo ali, depois fui andando e ainda dentro desta sensação fui percebendo a natureza que envolve a cidade, fotografei coisas que foram me chamando a atenção. Naquele momento era como se eu estivesse num outro tempo,não que estivesse em transe,mais como eu estava fazendo uma coisa que normalmente não faço e tinha quebrado minha própria rotina, tudo foi me envolvendo de um forma prazeirosa. Então aquela sensação inicial de incógnita foi se desmanchando, fiz umas fotos minhas em um dos momentos e continuei meu trajeto até meu ponto de chegada,minha cidade que até então não sabia o nome, mais que ao terminar o percurso chamei de Cidade Tempo Paralelo.




Adriano Carvalhaes
16/09/2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Rasante


Pois, viaja perto
Mas mesmo perto desconhece a distância

Quase pousa,
O pouso seria menor do que o movimento

Viaja, desloca, procura, conhece
Desconhece cada vez mais

Observa,
Deslumbrado fica feliz por já estar mais distante do seu comum...
Dia pós dia...

domingo, 6 de julho de 2008

Depois de tudo não há como não AMAR todos vocês!!!


Será que o trajeto chegou ao fim???

Não... Assim como quando nos encontramos ele não começou, simplesmente... já tínhamos coisas em nós, e foi a partir disso que construímos nossas conexões. E agora que não vamos mais nos encontrar três vezes por semana para criar, com certeza essas relações não acabam simplesmente! Agora é um momento que precisa de muita generosidade e carinho, pra que possamos alastrar essas conexões pra outros lugares, fazer com que elas não sejam só nossas... mas que de nós, desse nosso encontro de 5 meses, possam ser construídas outras conexões, que não serão simplesmente novas, não começarão simplesmente, mas construirão outros espaços.
Que hajam muitos ouvidos e que ecoem as vontades no espaço da criação!!! E que esses espaços sejam sempre frescos e curiosos, que a expectativa não sufoque o que emerge dos encontros, que não apenas repitamos.


Que sejamos artistas!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Origami - União de várias pessoas para criar

ORIGAMI - União de várias pessoas para criar, é um curso de investigação do movimento para a criação em artes performativas que está sendo realizado desde fevereiro no Vila Arte Espaço de Dança. Nossa proposta é oferecer um ambiente curioso e transdisciplinar que transite entre várias áreas artísticas, mas que tenha o corpo como instância primeira de conexão.
Após cinco meses de trabalho é chegado o momento de compartilhar as configurações do processo colaborativo.

Para isso o Origami convida a participar do LAB_02





ENTRADA FRANCA


segunda-feira, 23 de junho de 2008

boneco

Achei hoje essa imagem do Trevor ...acho que nao preciso falar mais nada...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O Feto


Não quero ser o feto que espera, não, quero ser o feto quimera. O feto que pode e que transcende o dia adjacente ao poente ou transcende a noite que dorme. Quero ser o feto que transborda e que delira, aquele feto que não espera os fatos, mas que pratica. Ser feto quimera é ser mais que feto. É ser constante, é ser pertinente ao dia. Ser feto não é ser hora. É ser aqui e agora a qualquer hora. Livre-se desse dia que tenta pontuar o ritmo. Deixe esse fluir de feto caminhar seus passos. Seja feto. Mas seja, de verdade, a própria hora. Marque seu ritmo não de 5 em 5 segundos. Marque seu ritmo de olhar em olhar. De processo. Ser histórico não é lembrar da hora. Nem chegar atrasado. Ser histórico é ser processo. Isso é ser feto de fato. Isso transcende qualquer hora do dia ou da noite.

(Debora Alvadore, http://ocadernopretosemdecoro.blogspot.com/, Imagem: Trevor Brown)



sexta-feira, 13 de junho de 2008

SOBRE CONVERSAS: EDIÇÕES...


"Mais urgente não me parece tanto defender uma cultura cuja existência nunca salvou uma pessoa de ter fome e da preocupação de viver melhor, quanto extrair, daquilo que se chama cultura, idéias cuja força viva é idêntica à da fome. Todas nossas idéias sobre a vida têm de ser revistas numa época em que nada mais adere à vida. E esta penosa cisão é motivo para as coisas se vingarem, e a poesia que não está mais em nós e que não conseguimos encontrar mais nas coisas reaparece, de repente, pelo lado mau das coisas; e nunca se viu tantos crimes, cuja gratuita estranheza só se explica por nossa impotência em possuir a vida. Se o teatro existe para permitir que o recalcado viva, uma espécie de atroz poesia expressa-se através de atos estranhos onde as alterações do fato de viver mostram que a intensidade da vida está intacta e que bastaria dirigi-la melhor".


Antonin Artaud


“Há pelo menos dois modos de considerar um caminhar, e cada um deles tem suas próprias conseqüências éticas. O primeiro consiste em levar em conta apenas o ponto de chegada. É o que poderíamos chamar de “viagem de resultados”. O que interessa é o ponto final. No segundo, o interesse maior está voltado para o trajeto, isto é, para o processo. Diz-se então que o caminho se faz ao caminhar, desvela-se à medida em que o percorremos. No primeiro caso estamos preocupados com um ponto, com uma coisa. No segundo, interessa-nos um processo. Na primeira circunstância abrevia-se o mais possível o caminho, porque ele não interessa. Na segunda, busca-se a experiência do trajeto”.


(“CIÊNCIA COGNITIVA E EXPERIÊNCIA HUMANA - Cognitivismo, Conexionismo e Ciência Cognitiva Enativa: Suas Implicações Éticas”. Humberto Mariotti).

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Qualquer coisa que nao fixe - e que nao fique ilesa!!!


Um rinoceronte estava rondando a sala de encontros do ORIGAMI. Encontrava sempre com ele. E ele a perguntar: será que um dia eu entro aí? E eu nunca sabia a resposta... Até que um dia ele me perguntou onde EU estava, logo respondi: vc está aí... e apontei para ele! Ele insistiu, perguntou de novo, dizendo: não pergunto sobre você, pergunto sobre EU. Então entendi e disse: EU - apontando pra ELE - estou em todos os lugares onde EU apontar! Então ele apontou para mim e disse: EU estou aí! E no sorriso que ele me deu consegui perceber que agora ele poderia entrar na sala e ficar tranquilo!


RINOCERONTE: SEJA BEM VINDO!!!

terça-feira, 27 de maio de 2008

sábado, 17 de maio de 2008

Contranarciso - Paulo Leminski

Em mim
Eu vejo o outro
e outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
O outro
que há em mim
É você
Você
e você
Assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
E só quando estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós.

sábado, 10 de maio de 2008

PCIU






Acho excelente o nome o projeto - Acho que deveríamos marcar uma reunião com todos para discutirmos os melhoramentos e para escrever para o edital.
Aí vão as imagens selecionadas...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Direções, formas e infiltrações.


PCIU – Primeiro Circuito de Intervenções Urbanas
Fruto de nossos encontros:

Uma grande rede!!!

Alargamos nossa conexão.
Nossas ações dessa sexta-feira alcançaram uma grande proporção. Alastramos nossas investigações para muito longe: aprofundamos em nós, instigamos em outros.
Diante disso, penso em generosidade. Não ter medo de abrir nosso campo perceptivo, não determinar um lugar exato de criação, deixar-se atravessar e assim sempre mover-se. Não apenas estar no conforto do trajeto já conhecido.
É muito satisfatório visualizar um mapa de nosso percurso até aqui, e poder ter a consciência de onde passamos, do que faz mover, pois assim o olhar perante o que nós realizamos se torna amplo e as conexões acendem-se. Pode-se também pesar a responsabilidade de um ambiente coletivo, e como se faz necessário um carinho, uma atenção ao que se propõem.

É bom sentir-se responsável pela formação desse nosso trajeto.
É melhor ainda saber que esse trajeto sempre continua, infiltra-se e grita em todas as direções do olhar! (nesse momento me vem forte a lembrança do que senti ao pintar uma mandala).

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O R I G A M I
união de várias pessoas para criar


Ola pessoal!

Nós do ORIGAMI estamos confirmando nosso "Primeiro Circuito de Intervenções Urbanas", que como previsto e divulgado acontecerá no dia 09 de maio.

Dentro das ações que nós estamos propondo, o tempo estimado para o percurso é de aproximadamente 3 hrs (à partir das 11hrs até as 14:15). Para os que nos acompanharão terem uma melhor localização dentro desse tempo fizemos uma tabelinha com os horários em que as ações transcorrerão:


Inicio da ação
Término da ação

Reunião inicial no Vila Arte
11hrs
11:45 hrs

"Marmita" – praça de alimentação do Shopping Mueller
12hrs
12:40 hrs (tempo máximo de permanência)

Barquinhos de Papel – Chafariz do Memorial Gibran Kalil
12:45 hrs
13:15 hrs

Abraço - rua XV de Novembro
13:35 hrs
13:45 hrs

Paredão – Praça Generoso Marques
14:00 hrs
14:15 hrs


*Os intervalos de tempo entre cada ação, são para deslocamento entre os locais das intervenções.

Lembrando que cada ação será discutida detalhadamente na reunião, e que os participantes não têm obrigatoriedade de estarem presentes em todas as ações, mas é importante a presença na reunião inicial.



Nos vemos no Vila Arte, no dia 09/05, as 11h

Rua Saldanha Marinho, nº76 sala 3.

Intervenção Urbana

R I G A M I
união de várias pessoas para criar


Nós do "Origami", convidamos vocês a estarem junto com a gente no nosso "Primeiro Circuito de Intervenções Urbanas".


Dentro de nossas investigações surgiu a curiosidade e a vontade de explorar as relações que as pessoas criam com o espaço. E tentaremos objetivar essa vontade mudando, num determinado intervalo de tempo, o espaço em que elas estão inseridas, para poder observar as diferentes reações a partir das mudanças propostas.


Uma referência que tem nos dado estímulo, são as experiências de um grupo norte-americano chamado Improv Everywhere. Esses são alguns links com conteúdo do grupo:

http://www.youtube.com/watch?v=jwMj3PJDxuo

http://www.youtube.com/watch?v=dkYZ6rbPU2M&feature=user

http://www.youtube.com/watch?v=jdeBp8J0rqs&feature=user


A nossa proposta é de nos reunirmos no dia 9 de maio, ás 11h, no Espaço Cultural Vila Arte, para nos organizarmos dentro de uma estrutura de ações, descritas abaixo:


1. Marmitex


Ação: Chegar aleatoriamente na praça de alimentação carregando sua marmitex, procurar uma mesa para sentar, e degustar o seu almoço.

Onde: Praça de Alimentação do Shopping Mueller

Duração: Cada pessoa comerá no seu tempo, e depois irá para a segunda intervenção.


2. Barquinhos de papel



Ação: Fazer vários barquinhos de papel e coloca-los para navegar nas águas do chafariz.

Onde: Chafariz do Memorial Árabe Gibran Kalil.

Duração: 30 minutos


3. Abraço



Ação: Em duplas, as pessoas se encontrarão e se abraçarão, permanecendo congeladas nesta posição.

Onde: Rua XV de Novembro

Duração: 10 minutos


4. Paredão



Ação: O grupo se posicionará formando uma linha reta, com o mesmo espaço entre as pessoas. A cada cinco minutos esse espaço vai diminuindo

Onde: Praça Generoso Marques

Duração: 15 minutos


Os participantes não têm obrigatoriedade de estarem presentes em todas as ações.

Todo o circuito estará sendo filmado.

A idéia é iniciar a intervenção depois do meio dia, ou seja, teremos uma hora para explicar/discutir/modificar o plano de ações no dia das intervenções.


Nos vemos no Vila Arte, no dia 09/05, as 11h

Rua Saldanha Marinho, nº76 sala 3

sábado, 26 de abril de 2008

Origamescos Corpografistas!!!



Estou em plena vivência de experimentos e discussões sobre urbanismo, arquitetura com relação ao corpo. Durante essas discussões, nossas propostas de intervir em espaços urbanos tem sido um ponto de onde as questões reverberam para uma reflexão. Estou em outro espaço, com outras pessoas, mas sempre atento para que as conexões formadas por nossa união circulem. E assim, me sinto carregando cada um de vocês comigo!
Veremos como vai ser nosso próximo encontro. Fico curioso pra saber onde estou sendo carregado por cada um de vocês...
Bem, bem, bem... Tenho informações para colocar em trânsito aqui. Essas informações são de textos que colocarei na nossa pastinha. São textos trabalhadas no workshop da Casa Hoffmann, desse fim de semana, que está sendo ministrado pela arquiteta-urbanista Paola Berenstein Jacques (que é autora do texto de onde tirei esses trechos junto com a crítica de dança Fabiana Britto).

“A corpografia é uma cartografia corporal (ou corpo-cartografia, daí corpografia), ou seja, parte da hipótese de que a experiência urbana fica inscrita, em diversas escalas de temporalidade, no próprio corpo daquele que o experimenta, e dessa forma também o definem, mesmo que involuntariamente”

“espetáculo: tudo aquilo que não é participativo”

“Ambiente entendido como um conjunto de condições para as relações acontecerem e a corporeidade entendida como a síntese transitória desse processo contínuo e involuntário”

“Quais seriam as alternativas possíveis ao espetáculo urbano? Como transformar as cenografias urbanas? Através da apropriação, da experiência efetiva ou prática dos espaços urbanos, pela própria experiência corporal, sensorial, da cidade”.

“Através do estudo dos movimentos e gestos do corpo (padrões corporais de ação) poderíamos decifrar suas corpografias e, a partir destas, a própria experiência urbana que as resultou.”

“no momento em que a cidade – o corpo urbano – é experimentada, esta também se inscreve como ação perceptiva e, dessa forma, sobrevive e resiste no corpo de quem a pratica.”

Acho interessante a leitura desses textos e até uma discussão sobre, antes do nosso “circuito de intervenções urbanas”.

Espero que aproveitem!!!Bjos

OFIINA DE IMPROVISAÇÃO COM FÁBIO LINS

quinta-feira, 24 de abril de 2008

ai a imagem ficou pequeninha, to passando o link do site do Mark Ryden, dá pra ver outros trabalhos dele e ver essa imagem em um tamanho maior, o nome dela é "Princess Sputnik"

http://www.markryden.com/

Bom proveito, Gabriel Machado

Infância-conexão-dúvida-lberdade-criação


Quero traçar certos paralelos entre essa imagem de Mark Ryden, que mesmo tendo abertura para inúmeras interpretações, vou me centrar no que mais faz conexão no momento.
Hoje durante nosso encontro, comentei com a Ju Alves, que em certos momentos me senti como uma criança, um bebê mesmo(ó-ó-ó cuti-cuti) e isso trouxe referências e relações que fazem muito sentido, seria como essa configuração, essa lembrança mesmo que remota estivesse presente em tudo. Eu já havia conversado com o Lyncoln sobre isso, lembrando todas as nossas peripécias e catástrofes infantis, e como isso se relacionava com nossa configuração atual. Apesar de tudo ser diferente hoje, o fetozinho ainda está ali, dando uma pitadinha aqui, outra acolá, e às vezes é preciso conversar com esse fetozinho que está ali dentro, para libertar, questionar, duvidar e criar, coisas inerentes a infância. Para correr atrás dos pombos, para brincar com as mãos... Enfim, para não se levar tão a serio.
“Só é possível criar quando se duvida da própria existência”

E rumo a “Genteteca” hohohoho

Beijinhos... Gabriel Machado

Ioooooooooolllll ... quantas conexões!!!!!!!!

Acabo de ler um texto sobre o olhar no meu livrinho "O que é fotografia", e logo em seguida, me deparo com essas novas postagens do nosso multi/trans/inter blog. Fogo ... isso é que é!
Vá lá, a minha contribuição para as conexões infinitas do dia de hoje:

"Nossa apreensão do mundo visível com o binômio olho-cérebro (a retina é efetivamente um prolongamento do tecido cerebral) tem muito pouco a ver com a visão máquina-filme. É lugar comum, quando se trata de explicar o funcionamento da máquina fotográfica, compará-la ao olho humano, mas a semelhança não vai além do aspecto experior, estrutural, e tem muito pouco a ver com o funcionamento de um e de outro. O simples fato de olharmos a realidade objetiva já a transforma. Os olhos, óbvios e transparentes nos caminhos físicos da luz, tornam-se turvos, misteriosos e escuros nos intrincados meandros cerebrais que processam a informação visual. Ali se misturam outras realidades que condicionam, sublimam e tranformam a realidade clarescura da luz. Vemos com mais nitidez o que queremos ver; podemos ver, até, apenas o queremos ver."
Cláudio A. Kubrusly

O que você vê no que estamos a construir juntos??? O que quer ver ... e dar a ver???

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Já que tá que vá!

Já que tocamos neste sentido bem hoje que estou fascinada por um texto do José Gil teremos então mais uma bibliografia na nossa pastinha, ele se chama "Olhar e visão".
Palavrinhas pinceladas do texto...
"Entre dois olhos há a distância de um deserto"

"O olhar escava a visão, imprime sulcos na paisagem...introduz os primeiros filtros seletivos da percepção"

"de onde vejo o mundo?"

"Entre ver passar os barcos e olhar os barcos que passam"

"O olhar não se limita ver, interroga e espera resposta"

"A pele e uma imagem-nua à espera de forma, quer dizer, de encarnar um sentido."

terça-feira, 22 de abril de 2008

Captando ou Sintonizando os vários sinais liberados até então...

Depois de todo esse tempo que temos passado juntos e de nos percebermos, nos conhecermos e estabelecermos diferentes relações, tenho a sensação de estar sendo tocado e provocado por um tipo de estímulo que se parece com um sintonizador, com um catalisador de nossas conexões.
As vezes eu fico recordando nossos encontros, e relacionando elementos. Não que eu estou querendo criar um encaminhamento, não é isso. É por reconhecer um “lugar quentinhu” (emprestando a expressão emprestada por Ju Adur), que é esse, de perceber que nossas conexões estão levando a um mover, estão colocando vontades em ponto de latência. Resta a inquietação: quando o processo de latência vai ser transposto, e por onde as coisas se expandirão?
Que nossas anteninhas estejam bem atentas para captar e absorver ondas e freqüências, e que a responsabilidade e a generosidade sejam recíprocas entre nós, pois “coisas” estão se processando e se transformando a partir de nossa união e elas precisam de carinho para poderem se sustentar!!!
Não basta olhar somente com os olhos para perceber a grandeza e a beleza das coisas que estamos a construir. Não vamos negar esse nosso poder – é uma ESCOLHA!

Desdobramentos do cocôzinhu

http://br.youtube.com/watch?v=qmVn6b7DdpA
Um link que junta relações com o cocozinhu a um pouc de nostalgia!!!
Importante: mensagem encaminhada sem muitos julgamentos... mas com muita generosidade e necessidade de troca!!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Eu mimipulo, tu mimipulas, nós mimipulamos


Tenho pensado na importância do registro das nossas ações origamescas. Ainda com bastante dificuldade em mover certas coisas da minha vida em palavras, me proponho a fazer uma ginastiquinha de escrever cada vez mais. Aí vão algumas anotações sobre a maravilhosa experiência de troca que tivemos com o Dico nessa semana mimipulativa. Ainda bem que continua semana que vem ... rrrrr ... ou será que não termina mais???


1. Se for para pegar, PEGA! Se for para bater BATE! - Fogo nas decisões, adoro isso!!!

2. Criar estratégias para o jogo, com uma certa "maldade". Silêncio e prontidão. Treinamento.

3. Nunca perder tempo se justificando por errar. É só integrar pessoal, é só integrar ...

4. Não tentar adivinhar e preceder as coisas, mas sim reagir com a imaginação. Agora!

5. Olha que bela relação com as sensações: quando a mão está no lugar certo da parede imaginária, ela fica quentinha. E ao sair, esfria. Quem já me ouviu falar do lugar quentinho?

6. Todo objeto invisível deve ser construído.

7. Na manipulação neutra, o manipulador nunca olha para a platéia. Ele olha para o objeto e, ao olhar para o objeto, puxa o olhar da platéia para ele também.

8. Onde termina meu corpo e começa o boneco ... que dizer, onde começa o boneco e termina meu corpo ... quer dizer, "donde termina tu cuerpo y empieza el mio" como canta Jorge Drexler?

9. Mudanças de presença do artista que manipula um objeto externo na ação, daquele que utiliza seu próprio corpo para animar.

10. Oh, my God ... tudo pode ser animado!!!!!! Saímos todos do curso com vontades infinitas de experimentar muito mais. E isso para mim é certamente o mais valioso. As vontades que permanecem vivas. Vamos animar o mundo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


É isso. Seria bom saber como foi essa semana para vcs também. Feedback nunca é demais!

Beijinhos .......................................

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A História do Cocô

"Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e fedido, jogado no pasto de uma fazenda. Coitado do cocô! Desde que aparecera no mundo, ele vivia tentando conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:- Hunn! Que coisa fedida! Diziam as crianças.- Cuidado! Não encostem na sujeira! Avisavam os adultos. E o cocozinho, sozinho, passava o tempo cantando triste:Sou um pobre cocozinhoTão feiinho, fedidinhoEu não sirvo pra nada. Ninguém quer saber de mim...De vez em quando ele via uma criança e torcia para que ela chegasse perto dele, mas era sempre a mesma coisa:- Olha que porcaria repetiam todos. Não restava nada para o cocô fazer, a não ser cantar baixinho: Sou um pobre cocozinho Tão feinho, fedidinho Eu não sirvo pra nada. Ninguém quer saber de mim...
Assim o tempo foi passando e o cocozinho continuava lá no pasto sozinho. Um dia ele viu que um homem aproximar-se, já a imaginar o que ia acontecer, o cocozinho encolheu-se. “Mais um que vai gozar”, pensou.Mas...oh! Surpresa! O homem foi aproximando-se, foi abrindo um sorriso e seu rosto iluminou-se:- Mas que maravilha! Que belo cocô! Era exactamente disto que estava precisando!O cocô nem acreditava no que estava ouvindo. Maravilha, ele? Precisando? Aquele homem devia ser maluco!Pois aquele homem era um jardineiro. E usando uma pá, com todo cuidado, ele levou o cocozinho para um lindo jardim. Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira. E depois de alguns dias, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que, graças a sua força, a roseira tinha feito brotar uma magnífica rosa vermelha."

Não consegui achar o nome do autor... depois de ter feito de minha mão um personagem, e de criar sentimentos para objetos, penso nas possibilidades de relções, e sem julgar de mais alastro minhas percepções!!!

terça-feira, 8 de abril de 2008

domingo, 6 de abril de 2008

Beleza aprisionada na forma e Beleza Sublime


Tenho pensado na “crueldade” de Artaud!
As experiências de criação, e vivências de um espaço vivo trouxeram uma reflexão sobre como começar, sobre experiência ao invés de exercício, sobre estrutura e autonomia, e não métodos fixos.
Quando separações de posturas em estúdio de ensaio e em palco se dissolvem, a responsabilidade pesa, pois sendo assim se está constantemente diante da obra presente, atual, ativa. Há que se abrir a percepção ao que ainda não começou a existir. Há a quentão do tempo e da expectativa. Qual deve ser a medida certa de passado, e preocupação não desesperada com o futuro? Pois mesmo com a percepção aguçada para compor um espaço onde as ações ainda não existem, é impossível dissociar-nos dessa questão de tempo, é preciso não viver morto, no passado (repetir, representar), nem afogar-se nas expectativas do futuro, muito menos doar-se somente ao presente caótico e dionisíaco. Não há que se pensar em separações, as coisas já são devidamente misturadas, evidenciar uma dessas separações, é sufocar outras, e não dar fluxo para a espontaneidade, o que comprometerá totalmente a expressão.
Tomemos cuidado para não estarmos mortos já no nosso nascimento! Que se esteja atento para perceber que a “crueldade” é o primordial da consciência, é a vida a partir da morte do Deus, do retorno.


Sobre Repetições e Espontaneidades.
Algumas discussões sobre gesto e mímica, fizeram despertar o interesse no apresentado e no representado.
Há que se tomar cuidado ao julgar as nossas expressões. Nossa linguagem está completamente dissolvida em nossas metáforas, enquanto falamos a necessidade de extrapolar ao verbo a expressão desejada, é facilmente notada nas nossas gesticulações. Qual seria o sentido do gesto? Reforçar a mensagem?
Nesse momento, acho importante pensar no que é apresentado e no que é representado, no que é apenas repetido e não criado, e no que é espontâneo e vivo. Quando o gesto é apenas repetido, e quando ele é espontâneo?
Penso que o gesto, sinteticamente, participa da linguagem, como metáfora, e como suprimento de um desejo de expressão não alcançado pela palavra. E que a forma como ele irá exteriorizar-se está diretamente ligado à intensidade desse desejo. Por isso, o gesto mesmo que mimético, ou figurado, pode ser encarado como mímica, mas acredito que não seja tão simples caracterizá-lo como representativo e não espontâneo. Seu fim pode, em alguns momentos, ser reconhecido como repetição, mas sua origem com certeza é sempre originária de uma espontaneidade nascida de um deslocamento do desejo.
São algumas reflexões, e angústias que gostaria de compartilhar...

Uma estrutura se formando:
Gesto, sua intesidade e forma - relaçoes de interesse e sedução na linguagem - vontade e objeto - desdobramentos do desejo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Fronteiras

Onde?
Lugares e conexões.
pra que lugar vai o respeito de nossas anteninhas?! O que se move?
Em configurações diferenciadas como fica nosso gesto?
QUANTAS DUVIDAS.

movimento em espaço virtual.

Não fui eu, não fui eu...

E não fui eu quem queimou o computador 45...

Encontro na lan house

Para TODOS entrarem no espaço tecnologico origamico...
Ver videozinhos...
estar em conexão...
e movimentar mais esse espaço cybernetico...
e criar, criar, criar, criar...

Comunicação e Expressão

O que queremos com nossos gestos?

Expressar uma idéia?

Comunicar precisamente uma informação?

A idéia de comunicação, como algo preciso que define uma informação clara e objetiva, parece estar ligada a mímica. Gesto codificado, plástico (?) que exprime uma única coisa. Mímica.

Parece-me mais interessante num trabalho artístico não fechar tanto as idéias, o que provavelmente tenha feito a gente fugir (com ou sem sucesso) dos gestos codificados, da mímica.

Quando movemos a partir da lembrança que temos de algo, tentando expressá-lo, é muito mais fácil recorrer a códigos prontos, que apenas reproduzimos em nosso corpo.

Fugir da mímica significa buscar uma vontade de mover que é despertada por alguma lembrança.

Mover o meu café-da-manhã significa acessar no meu corpo o que a lembrança do meu café-da-manhã me provoca. Os movimentos de pegar a xícara e levá-la a boca são apenas algumas das informações que ficam registradas sobre o café-da-manhã.

O gosto do café. O cheiro do pão. O cheiro do café. O gosto do pão. A música que tocava no vizinho. A textura da toalha na mesa. Várias outras informações que também fizeram parte do café da manhã, que podem ter sido armazenadas e que podem provocar uma vontade de mover quando acessadas. Mas que numa mímica/caricatura do café-da-manhã ficariam de fora, subsituídas por movimentos de levar a xícara à boca.

Expressar algo, mover algo, sem caricaturas parece ter uma amplitude maior de ambos os lados. Da vontade de mover, que pode surgir de mais lugares/informações. E do que isso significa para quem vê, que não necessariamente vai associar o movimento a um único significado, risco imanente da mímica.

virtual origami :)

Ação: encontro para criar - Lan House
Dia: 04 de abril de 2008 das 10h às 12h
Número de agentes: 6
Objetivo: movimentar o blog e compartilhar vídeos
Imprevisto: queimamos o monitor no computador 45

Momento virtual presencial que permite a propulsão de novas idéias e olhares.

segunda-feira, 24 de março de 2008





Aí está memórias dos rasbiscos vocais...embora desenhos muito tridimensionais...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Instantaneidade de Fluxos no Trajeto

Perceber o toque

O calor que chega e de repente entra e quer interagir.
E o medo, de que se entrar:
"Gostaria que ficasse
e que nao só fixasse
que acompanhasse
e que tivesse um dramático paradeiro..."

Mas por que o interesse vai ao ponto culminante da carência?
Ela existe...

Sempre há o desprendimento.

E tudo mudou quando percebi que nao preciso levar minha paixão pra casa.

domingo, 16 de março de 2008

Voz e corpo: de volta à Paris do século XIX

Olhando para a história, é possível destacar um ponto nela em que as duas dimensões que tanto nos interessaram nesse fim de semana - voz e corpo - se cruzam. E um ponto que diz respeito diretamente a algumas pessoas do grupo.
No fim do século XVIII e início do século XIX, uma certa preocupação por parte do poder público europeu começou a aparecer: as trabalhadoras e os trabalhadores industriais das nações européias (vulgos cidadãos) necessitavam de um preparo corporal para aguentar as jornadas de trabalho nos campos e nas indústrias que se multiplicavam nas cidades.
É nesse contexto que vão surgir as primeiras formas, organizadas e justificadas cientificamente, de práticas de exercícios físicos. Essas formas metódicas ficaram conhecidas como Métodos Ginásticos Europeus, desenvolvidos principalmente na França, na Suécia, na Dinamarca, na Alemanha e posteriormente nos Estados Unidos, onde se incorporaram as YMCAs.
Na França, mais especificamente em Paris, destacou-se a figura do Coronel Amoros, que a pedido da Coroa Francesa, construiu um dos primeiros Ginásios da Europa, que na época fazia parte do Real Instituto Pestalozziano, escola destinada inicialmente a formação de engenheiros e oficiais, mas que posteriormente se expandiu para outras classes. E dentro do programa Ginástico de Amoros encontravam-se as aulas de Canto e Expressão Musical.
"O canto era considerado por Amoros como a expresão mais enérgica das paixões da alma, (sendo assim) o instrumento de civilização, de moralização e de regenaração mais poderoso que existe. [...] Seu emprego na ginástica cumpria, assim, dupla finalidade: desenvolver o aparelho respiratório e, ao mesmo tempo, virtudes. É possível inferir que os cantos, mais do que voltados a uma melhoria da capacidade respiratória, buscavam um efeito político de integração social tornando-se , assim, elemento de moralização"*
No século XIX, portanto, os precursores do que hoje chamamos de Educação Física, incluam a voz e o canto como parte de seus conteúdos, como parte das práticas corporais. Mas com uma finalidade e um entendimento um pouco diferentes. Canto como expressão da alma, e não enquanto "produto sonoro do corpo"**. Canto como instrumento de moralização, e não enquanto caminho para a descoberta do corpo que somos.
A presença de exercícios de voz e canto nas práticas corporais aos poucos foi sendo abandonada, por motivos que eu desconheço. E hoje o trabalho com a voz é absolutamente ausente dos cursos de formção em Educação Física.

* Carmen Lúcia Soares. Imagens da Educação no Corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 34-47

** palavras de Edith de Camargo no curso de Voz e corpo nesse fim de semana
Portanto, se é coerente não sei! mas ouvir este "Tapete sonoro" feito por vocês integrantes da Oficina de Corpo e Voz da Edith de Camargo aliado ao trabalho de "escultura da voz" faz-me sentir muito radiante para acreditar um pouquinho mais no nosso trabalho...e trabalhar mais...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Conto quantos passos entre a orquídea e a rosa?

Onde gera?
Porque?
Quando jorra?

provocação, intenção, proposta
para compartilhar
para ver, para sentir
para perceber
para se perceber
para ser e sermos juntos

qual é o trabalho mesmo?
um tempo..
um tempo para gerar
um tempo para compartilhar
o tempo, um espaço e um tempo

vejo, não vejo
sinto, percebo um sol, uma lua nova

no campo aberto livre um pássaro grande, uma borboleta e uma rosa amarelo brilhante.
num pântano uma cobra grande mergulhando e uma orquídea.
não vi muito bem, nem sei direito a cor, o que sei que ela só consegue viver ali, na sombra de um canto qualquer, num começo.

Faetusa

domingo, 9 de março de 2008

1ª OFICINA ABERTA

ORIGAMI - União de várias pessoas para criar, é um curso de investigação do movimento para a criação em artes performativas que está sendo realizado desde fevereiro no Vila Arte Espaço de Dança. Nossa proposta é oferecer um ambiente curioso e transdisciplinar que transite entre várias áreas artísticas, mas que tenha o corpo como instância primeira de conexão. Para isso, vamos oferecer durante o período do curso, algumas oficinas ministradas por profissionais variados que possam atravessar nosso ambiente investigativo com novas idéias e relações. Porém, essas oficinas serão também abertas à pessoas de fora que possuam interesse pelo assunto proposto e/ou pela dinâmica do próprio ORIGAMI. Queremos mesmo é trocar!!!

Começamos, portanto, com uma oficina de Corpo e Voz com Edith de Camargo.

Dias 15 e 16 de março

Sábado das 14:30 às 16:30

Domingo das 15:00 às 17:00

Investimento: R$20,00

VAGAS LIMITADAS

Incrições pelo telefone: 3233 - 8034

Vila Arte - Espaço de Dança

Rua Saldanha Marinho, 76 - sala 03



Beijinhos .............

Ju Alves :-)

Ju Adur ;-)

OFICINA DE CORPO E VOZ COM EDITH DE CAMARGO

sexta-feira, 7 de março de 2008

observação importante.....
tá saindo com o nome do meu blog, por motivos gmail, senhas e tal... mas sou eu tá?
Faetusa
ligar os pontinhos..

estar entre outros, experimentando, compartilhando.
perceber o diferente de mim, outro corpo, outras questões, outros entendimentos.
como se provoca e como nos deixamos provocar? onde?
dúvida. como somos e o que somos nesse entre?
então um grupo. nos envolvemos. então eu. nos envolvemos
como é essa tal de ligação? ai.. eba!

domingo, 2 de março de 2008

ai, ai ... essa tal de liberdade ...


Colocando na rede um pouco do que falamos nas duas últimas semanas. Compartilhar.

ESCOLHA. Foi o que me surgiu e o que reverberou para além de nós. Eu posso escolher entrar no jogo ou não. Eu tenho em mim o poder do abandono e do voltar atrás ... ou ir em frente ... ou ... Eu posso mudar tudo a qualquer momento. Isso me liberta? O que vem antes da minha escolha??? E eu escolho o tempo todo e sou livre para escolher o tempo todo e tudo isso me modifica e a você também. Isso é maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. Mas, nas pequenas coisas, naqueles breves momentos cotidianos em que exerço deliciosamente e conscientemente meu livre arbítrio, como é bom perceber os desdobramentos das minhas escolhas.

E sentir que eu posso mover um mundo com elas! MOVAMOS!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Revistas

http://www.revistaobscena.com

http://www.horslesmurs.fr/

http://www.mouvement.net/site.php

http://e-tcetera.be/index.php?upnr=20&uptaal=3

http://www.team-network.eu/